O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social (PPGDS) tem atuado com grande abrangência em projetos relacionados ao desenvolvimento social e à garantia de direitos humanos e justiça social de grupos vulneráveis do Norte de Minas, tanto das áreas rurais como urbanas. O acúmulo de conhecimento produzido pelo conjunto de pesquisadores do PPGDS revela-se reconhecido e demandado por várias instâncias da sociedade civil e governamental.
Destacaremos abaixo as 5 ações/produtos de ensino, pesquisa e extensão, selecionadas pelo Programa, realizadas durante o quadriênio 2017 a 2020, de acordo com sua missão e seus objetivos, para avaliação de sua inserção, relevância e impactos positivos para o desenvolvimento social e comunitário, local, regional, nacional e internacional. A justificativa geral da escolha dessas ações/produtos baseia-se em envolverem ações em rede, com diversas instituições, acadêmicas, de organizações civis e do poder público, e que se conectam com as demandas da sociedade. Por último, realizaremos o relato de outras atividades que têm sido executadas pelo PPGDS no último quadriênio, e que superaram a possibilidade de indicação neste tópico de inserção social.
- Breve histórico da inserção social do Programa
- Projeto Interinstitucional “Ngolo Gurutuba: vulnerabilidades em Saúde, Segurança Alimentar e Nutricional em tempos de pandemia da Covid-19”.
- Projeto Interinstitucional “Nova Cartografia Social: Conflitos Sociais e Desenvolvimento Sustentável no Brasil Central”
- Congresso em Desenvolvimento Social
- (In)Serto – Núcleo pela diversidade sexual e de gênero (Extensão).
- Colóquio Internacional dos Povos e Comunidades Tradicionais
- Outras atividades de inserção social com impactos econômico, social e cultural do programa
Breve histórico da inserção social do Programa.
O histórico de inserção social do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social pode ser descrito desde sua origem. Por ter sido o primeiro programa de pós-graduação Stricto Sensu na Unimontes, desde o seu início registra importante contribuição para a qualificação profissional e docente no Ensino Superior no Norte de Minas Gerais, algo inédito na região até 2004. Desde então, há uma grande contribuição do PPGDS no desenvolvimento da estruturação da Pós-Graduação na Unimontes, devido ao processo de institucionalização de um sistema de disciplinas, de matrículas e de integração de pesquisa e extensão, contribuindo na produção de impactos educacionais, profissionais e tecnológicos. Destaca-se dentre estes o oferecimento na melhoria do ensino superior pelo oferecimento da disciplina “Docência no Ensino Superior” para estudantes do programa e interessados externos, entre eles, professores da própria universidade e de outras instituições da região.
Atualmente, o PPGDS tem atuado com grande abrangência em projetos relacionados ao desenvolvimento social e à garantia de direitos humanos e justiça social de grupos vulneráveis do Norte de Minas, tanto das áreas rurais como urbanas. O acúmulo de conhecimento produzido pelo conjunto de pesquisadores do PPGDS revela-se reconhecido e demandado por várias instâncias da sociedade civil e governamental. Dentre estas demandas, a participação dos corpos docente e discente em câmaras técnicas, em redes de assessoria a movimentos sociais, em prestações de informações técnicas junto a promotorias estaduais e federais, participação em audiências públicas, em oficinas de capacitação popular, entre outras atividades, já descritas em tópicos anteriores desse relatório qualitativo.
Destacaremos abaixo as 5 ações/produtos de ensino, pesquisa e extensão, selecionadas pelo Programa, realizadas durante o quadriênio 2017 a 2020, de acordo com sua missão e seus objetivos, para avaliação de sua inserção, relevância e
impactos positivos para o desenvolvimento social e comunitário, local, regional, nacional e internacional. A justificativa geral da escolha dessas ações/produtos baseia-se em envolverem ações em rede, com diversas instituições, acadêmicas, de organizações civis e do poder público, e que se conectam com as demandas da sociedade. Por último, realizaremos o relato de outras atividades que têm sido executadas pelo PPGDS no último quadriênio, e que superaram a possibilidade de indicação neste tópico de inserção social.
Projeto Interinstitucional “Ngolo Gurutuba: vulnerabilidades em Saúde, Segurança Alimentar e Nutricional em tempos de pandemia da Covid-19”.
O projeto “Ngolo Gurutuba” é coordenado pela Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais – CIMOS do Ministério Público Estadual de Minas Gerais – MPMG e tem como objetivo geral fomentar ações conjuntas entre unidades do MPMG, o MPF e com outras instituições parceiras, para articular uma atuação em rede interinstitucional, a fim de dar suporte nas áreas da saúde e segurança alimentar, durante o período da pandemia da COVID-19, `a população do Quilombo do Gurutuba, o que corresponde a cerca de cinco mil pessoas distribuídas em 33 comunidades rurais negras localizadas em sete municípios do norte de Minas Gerais (Pai Pedro, Jaíba, Monte Azul, Janaúba, Gameleiras, Catuti e Porteirinha).
De forma específica, o projeto objetivou:
1) Articular um comitê interinstitucional para análise e discussão das demandas relacionadas às comunidades quilombolas do Gurutuba, decorrentes da Pandemia da Covid-19, possibilitando encaminhamentos concretos e desenvolvimento conjunto.
2) Identificar no mapeamento colaborativo das comunidades as necessidades mais prementes.
3) Atuar de forma extrajudicial e resolutiva para estimular ações solidárias e incentivar medidas de saúde pública e combate à fome.
4) Cooperar na busca de soluções estruturantes às vulnerabilidades das comunidades para o cenário pós-pandemia.
5) Fomentar a produção, comercialização e o acesso às políticas públicas da agricultura familiar, especialmente pela declaração de aptidão ao PRONAF – DAPs e inclusão nos Programas de Aquisição de Alimentos e Nacional de Alimentação Escolar – PAA e PNAE.
As entidades e órgãos públicos envolvidos no projeto foram além da CIMOS e a diretoria de direitos humanos – CAO-DH do MPMG; também as Promotorias de Justiça de Porteirinha, Monte Azul, Janaúba e Jaíba; o MPF; a Diretoria de Patrimônio da União – DPU; a Federação Quilombola; a UNIMONTES; a UFMG; o Centro de Agricultura Alternativa – CAA-NM; a Mesa Brasil/SESC; a Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais – SEDES; a EMATER; as prefeituras dos municípios de Pai Pedro, Jaíba, Monte Azul, Janaúba, Gameleiras, Catuti e Porteirinha e; as comunidades quilombolas do Gurutuba.
O projeto contou com um comitê científico composto por uma equipe de pesquisadores da UNIMONTES e UFMG. Envolveu especificamente o Programa de Pós–Graduação em Desenvolvimento Social/UNIMONTES, pela representação da Profa. Andrea Maria Narciso Rocha de Paula, com envolvimento de pós graduandos do PPGSA, o Mestrado Associado UFMG/UNIMONTES em Sociedade, Ambiente e Território, o Programas de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/UNIMONTES, o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia/UNIMONTES. A iniciativa buscou construir, ao lado das comunidades quilombolas e demais parceiros, respostas preventivas aos problemas comunitários agravados pela pandemia, através do fomento de medidas de proteção à saúde e segurança alimentar, conforme diretrizes da Lei Federal nº 14.021/2020.
A partir do projeto foi construída uma articulação interinstitucional visando a intervenção para a redução ou solução de problemas enfrentados pela população quilombola no contexto da pandemia da Covid-19. A cooperação foi, portanto, um princípio transversal à execução do projeto, tendo o Ministério Público atuado como coordenador das ações e mediador dos processos. Todas as ações e estratégias foram, portanto, planejadas, executadas e monitoradas pelo conjunto de parceiros.
Considerando a extensão do território quilombola, localizado em sete Municípios, bem como a urgência das ações, a iniciativa foi desenvolvida através de um projeto social, instrumento de atuação resolutiva do Ministério Público, de forma a potencializar e qualificar sua atuação social em prol da efetivação dos direitos fundamentais dos quilombolas do Gurutuba, resultando na construção e desenvolvimento cooperativo de plano de trabalho conjunto. Foi feita articulação interinstitucional visando a intervenção para a redução ou solução de problemas enfrentados pela população quilombola no contexto da pandemia da Covid-19. A cooperação foi, portanto, um princípio transversal à execução do projeto, tendo o Ministério Público atuado como coordenador das ações e mediador dos processos. Todas as ações e estratégias foram, portanto, planejadas, executadas e monitoradas pelo conjunto de parceiros.
Houve a criação de rede interinstitucional para planejamento e execuções de ações em prol das comunidades quilombolas. Além disso, foram produzidos dados socioeconômicos relevantes sobre a realidade da população quilombola, partilhados com os Municípios. O projeto também fez uso de tecnologias de informação e comunicação como vídeos educativos com lideranças quilombolas, boletim informativo sobre os casos de Covid-19 e aplicativo de gerenciamento de pesquisas. São realizadas reuniões periódicas entre os parceiros e o Comitê Interinstitucional, com ativo envolvimento das lideranças. Também foram criados grupos virtuais de troca de mensagens, além de outras estratégias, como divulgação das ações no boletim informativo, divulgação no site do MPMG, garantindo o fluxo de informações e transparência das ações.
As ações e produtos desenvolvidas pela UNIMONTES/PPGDS neste projeto foram:
a) Confecção e acompanhamento de Boletins semanais dos Casos confirmados de COVID nas 33 comunidades quilombolas do Quilombo Gurutuba.
b) Coordenação de equipe de estudantes de graduação em Ciências Sociais e Biologia para elaboração de instrumentos de campo (questionários via formulário google, entrevistas e contatos com as comunidades, prefeituras e secretarias de saúde de sete municípios via telefone celular, organização, tabulação dos dados e elaboração dos Boletins semanais);
c) Elaboração de diagnóstico sobre o acesso à água no quilombo do Gurutuba.
d) Organização e distribuição dos boletins com informações de casos confirmados de Covid-19 e atividades e informações de prevenção a pandemia.
Principais resultados dessas ações foram:
– Criação de rede interinstitucional para enfrentamento da Covid-19 no Quilombo do Gurutuba;
– Criação de banco de alimentos, com doação de 6 toneladas de alimentos, excedentes de produção, pelo Mesa Brasil às associações comunitárias do quilombo.
– Elaboração de diagnóstico sobre o acesso à água no quilombo do Gurutuba, pela UFMG e Unimontes.
– Elaboração de material audiovisual educativo sobre a covid-19, com a participação de lideranças locais.
– Distribuição de alimentos e kits de higiene e segurança contra a covid-19, inclusive oriundos da agricultura familiar e de empreendimentos solidários.
– Elaboração de diagnósticos sobre as vulnerabilidades em saúde, segurança alimentar e nutricional em tempos de pandemia da Covid-19 nas comunidades quilombolas do gurutuba/ Unimontes.
– Articulação dos setores específicos do Estado, de saúde quilombola, para fomentar a elaboração de plano emergencial de contingência e enfrentamento da pandemia da Covid19, atendendo a normativas sobre o assunto.
-Criação de rede interinstitucional para enfrentamento da Covid-19 no Quilombo do Gurutuba, sobretudo nas áreas de saúde e segurança alimentar.
Salienta-se ainda que o Projeto Ngolo teve participação e inserção com estudantes de graduação da Unimontes, com apresentação de trabalho pelos estudantes durante o Fórum Anual de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unimontes – FEPEG na sua edição on line de 2020.
O projeto também foi objeto de uma publicação internacional em periódicos, na revista “Medical Hypotheses” (de Paula AMNR, Coelho D, de Oliveira CL, Moura APV. Should the convergence between the social and biological vulnerabilities of black communities and the COVID-19 pandemic be considered? Med Hypotheses. 2021 Jan;146:110359. doi: 10.1016/j.mehy.2020.110359. Epub 2020 Nov 4. PMID: 33183853; PMCID: PMC7609223).
Por último, o projeto “Ngolo Gurutuba” consta no Banco Nacional de Projetos do CNMP/Conselho Nacional do Ministério Publico e está concorrendo ao Prêmio CNMP 2021. Ressalta-se assim os impactos sociais, educacionais, sanitários, tecnológicos, culturais, econômicos, profissionais e legais desse projeto.
Projeto Interinstitucional “Nova Cartografia Social: Conflitos Sociais e Desenvolvimento Sustentável no Brasil Central”.
O Projeto “Nova Cartografia Social (PNCSA): CONFLITOS SOCIAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL CENTRAL" é uma ação interinstitucional em pesquisa e extensão, coordenada pelo Programa de Pós Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia (PPGCSPA), da Universidade Estadual do Maranhão e tem financiamento da Fundação Ford . Tem como instituições parceiras e cooexecutoras das ações em seus territórios, a UEMA – Universidade Estadual do Maranhão, a UFRB – Universidade Federal do Recôncavo Baiano, a UNEB – Universidade Estadual da Bahia, a UPE – Universidade de Pernambuco, a UFPI – Universidade Federal do Piaui, a UNEMAT – Universidade Estadual do Mato Grosso, a UFOPA – Universidade Federal do Oeste do Pará, a UNIFESPA – Universidade Federal do Sul do Pará, a UEA – Universidade do Estado do Amazonas, a UNITINS – Universidade Federal do Tocantins, a UNIMONTES- Universidade Estadual de Montes Claros, e uma associação voluntária da sociedade civil (APATO).
Atual fase do projeto envolve os grupos de pesquisa em nova cartografia social da Universidade Federal do Recôncavo Baiano – UFRB, da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, da Universidade do Estado do Pernambuco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, e da Unimontes. A coordenação geral do projeto Nova Cartografia no PPGDS é da Profa. Andréa M. Narciso Rocha de Paula e conta com a participação de vários pesquisadores da Linha de Pesquisa “Movimentos Sociais, Identidades e Territorialidades”, como as professoras Felisa Cançado Anaya e Ana Paula Glinfskoi Thé e o Professor Rômulo S. Barbosa. Contou também com os doutores e atuais egressos do PPGDS, os pesquisadores Carlos Dayrell (turma de 2016-2019), Lílian Maria Santos (2017-2020) e Sergio Leandro S. Neves (2017-2020). Atualmente conta com a participação de mestrandos do programa e de estudantes do curso de graduação em Ciências Sociais da Unimontes.
O Projeto Nova Cartografia Social (PNCSA) tem como objetivo apoiar a auto-cartografia dos povos e comunidades tradicionais no Brasil. Através de materiais impressos construídos pelas próprias comunidades, como boletins e fascículos onde constam os mapas mentais dos territórios tradicionais, tem-se não apenas um maior conhecimento sobre o processo de ocupação dessa região, mas sobretudo uma maior ênfase e um novo instrumento para o fortalecimento dos movimentos sociais que nela existem. Tais movimentos sociais representam a manifestação de identidades coletivas, referidas a situações sociais e ambientais específicas e territorializadas. Estas territorialidades específicas, que remetem a história ambiental vivenciada por cada grupo social, é que dão suporte à diversidade de identidades coletivas, objetivadas em movimentos sociais, presentes por todo território nacional, como o caso das comunidades do Norte de Minas e do Médio São Francisco, que participaram da Nova Cartografia Social em parceria com o PPGDS. A força deste processo de territorialização diferenciada constitui o objeto deste projeto, pois é na produção da autocartografia que se possibilita a oportunidade para a autoafirmação social, o fortalecimento dos movimentos e a divulgação amplificada de suas expressões culturais diversas.
Na primeira fase do projeto, entre os anos de 2016 e 2019 foram realizadas as seguintes ações:
1) Oficinas de capacitação (fotografia, construção de mapas e uso de equipamentos de GPF) para a nova cartografia social, nas comunidades vazanteiras de Pau de Légua (Município de Manga), Pau Preto (Município de Matias Cardoso) e do Município de Itacarambi e no Quilombo de Buriti do Meio (Município de São Francisco);
2) Oficinas de construção da Nova Cartografia Social de cada uma das comunidades acima citadas;
3) Produção dos fascículos e boletins da nova cartografia social.
Cada fascículo ou boletim é resultado de um conjunto de atividades somente possíveis por um engajamento entre pesquisadores e comunidades e movimentos sociais interessados na cartografia social. Após os acordos iniciais previstos numa pesquisa participante, é realizada uma oficina de mapas com a participação de cerca de 30 agentes sociais e os pesquisadores membros do Projeto. Nela, os pesquisadores ensinam técnicas de GPS e de mapeamento, além de conversar com os agentes e coletar depoimentos sobre a história social e problemas da comunidade. Os agentes sociais produzem croquis, mapeando sua região e indicando quais os elementos relevantes para a sua composição. Em um segundo momento, sem a presença dos pesquisadores, os comunitários marcam, com GPS, os pontos do que consideram significativo de seu território. Na seqüência, o PNSCA recolhe as informações das marcações de ponto e as georeferências na base cartográfica, inserindo as ilustrações produzidas nos croquis. Essas ilustrações compreendem desenhos, esboços e reproduções de símbolos e objetos (remos, casas, embarcações, instrumentos de trabalho, animais, plantas, etc.) que são transformados, a partir do trabalho da equipe de pesquisadores, em ícones para compor as legendas dos mapas. Simultaneamente, transcreve-se trechos dos depoimentos e seleciona-se os que comporão o fascículo.
Com o mapa concluído e os depoimentos selecionados, monta-se um protótipo de fascículo, que é remetido à comunidade para sua avaliação e correção. A partir daí toma-se as providências concernentes à publicação. São publicadas mil cópias de cada fascículo ou boletim, que são em uma parte distribuídos as instituições importantes no debate e na garantia dos direitos humanos e territoriais das comunidades, como núcleos de pesquisa, universidades e órgãos estatais tais como Ministério Público Federal e Procuradoria da República. A maior parte dos exemplares fica de posse do movimento social, e por ele é utilizada como quiser, muitas vezes como parte integrante de sua estratégia de autoafirmação social e de resolução de seus problemas.
Os produtos finais dessa primeira etapa de pesquisa foram: a) o Boletim “Vazanteiros em Movimento” e os fascículos b) “Comunidade do Quilombo do Buriti do Meio” e c) “Comunidade Vazanteira do Pau de Légua”.
A nova fase do projeto, iniciada em 2019, consiste em mapear e analisar os efeitos das políticas governamentais e das agroestratégias, elaboradas por conglomerados econômicos voltados para a produção de commodities agrícolas, destinadas principalmente ao mercado internacional, sobre os povos e comunidades tradicionais. Essa nova fase (Nova Cartografia Social de Comunidades Quilombolas do Nordeste: Fortalecimento de Centros de Ciências e Saberes) tem como objetivo geral realizar o mapeamento social dos efeitos da expansão dos agro e hidronegócios sobre os processos diferenciados de territorialização específica de comunidades tradicionais pesquisadas, sem desconsiderar o atual contexto e seus impactos referentes a situação de pandemia da COVID 19.
Tem como foco realizar a cartografia social dos Atingidos pela Hidrelétrica do rio Formoso-MG; da Comunidade Pesqueira de Cana Brava em conflito com o Agronegócio; das Comunidades Tradicionais Veredeiras e da Comunidade Quilombola de Raiz e de comunidades em conflito com a mineração. Nesta fase de pesquisa, foi realizada todas as etapas de oficina e a produção do documento: “Boletim da Comunidade Geraizeira do Município de Pindaíba”, em contexto de conflito com a mineração no Alto Rio Pardo-MG. A tiragem total do Boletim está impressa, alguns exemplares foram enviados à comunidade e atividade de devolução do Boletim está prevista para assim que o contexto epidemiológico da COVID-19 permitir.
As ações do Projeto Nova Cartografia Social (PNCSA) têm, portanto, pesquisa vinculada a extensão com vínculo a promoção da valorização da identidade, da cultura, da biodiversidade e dos modos de vida tradicionais vinculados aos territórios de povos e comunidades tradicionais, adequação de políticas públicas e contribuição para a aplicação das leis de acesso aos direitos territoriais de populações locais no Brasil. Por isto demonstram-se como ações de pesquisa e extensão com impacto social, econômico, cultural, legal, e de desenvolvimento ambiental e territorial.