O Programa tem a HISTORIA SOCIAL como nossa ÁREA DE CONCENTRAÇÃO, servindo-se do legado dos movimentos que se constituíram em oposição às abordagens da história factual – centrada nas ações de grandes homens – criticadas especialmente pelas Ciências Sociais. As novas propostas colocaram em evidência a percepção do social e a contribuição de diferentes áreas na prática epistemológica, propiciando, assim, um campo fértil para a emergência da História Social. Sem desconsiderar as críticas iniciais a sua concepção generalizante e sua perspectiva de síntese, a expressão é aqui entendida em sentido mais restrito em decorrência dos recortes necessários aos novos problemas propostos e, consequentemente, às novas metodologias.

 Os eixos temáticos que interessam às linhas são aqueles que evidenciam aspectos inerentes à vida em sociedade, que operam no território cultural, simbólico, político, econômico, institucional, trabalhista, das identidades e de gênero, das relações de poder, que os sujeitos estabelecem entre si, com o outro e com as instituições que regem as diversas realidades sociais. Neste sentido, os objetos de pesquisa tendem a enfocar espaços onde são travados os embates pelo poder, alicerçadas nas diversas formas de coerção e conflitos e seu contraponto de negociações, resistências, mediações e acomodações, operando nos modos de sentir e nas formas de ação dos grupos sociais através de dimensões reais, simbólicas e/ou imaginárias, veiculadas, apropriadas e ressignificadas, constituindo diferentes formas de identidades sociais, políticas e culturais.

A área de concentração em História Social contempla a multiplicidade geográfica e cronológica de objetos de pesquisas, múltiplas temáticas e variadas possibilidades de investigação de fontes históricas que visam à apreensão das manifestações da intervenção humana engendradas na dinâmica dos fenômenos históricos. A diversidade de enfoques teóricos passa pela ênfase nas culturas políticas e culturas históricas, subjetividades e os estudos de gênero, atravessando os estudos sobre memória e cultura regional, os mundos do trabalho, experiência e cotidiano dos trabalhadores, abordando ainda as questões implicadas pelos estudos decoloniais, a pluriversalidade, a transmodernidade e a diversidade epistêmica do campo histórico.

Alguns temas de pesquisa desenvolvidos no Programa focalizam:

  • dispositivos e processos históricos de produção de subjetividades: gênero, corpos, identidades sexuais e sexualidade;
  • exercício do poder nas suas diversas formas: no Estado, na família, no trabalho, nas relações de gênero, nas tensões cotidianas, nas instituições sociais e normativas;
  • relações de trabalho; organizações; disciplina e controle social, formas de trabalho compulsório, divisão territorial do trabalho; movimentos e conflitos sociais;
  • comportamentos, hábitos, memórias individuais e/ou coletivas e representações sociais sobre aspectos da vivência cotidiana, socialização e formas de simbolização;
  • linguagens políticas, símbolos, ritos, imaginários e liturgias políticas nas culturas políticas;
  • representações literárias;
  • ideias, discursos e representações em diferentes campos científicos, como o educacional e o médico;
  • educação, didática da história e história pública em suas problematizações sobre o conhecimento histórico, historiográfico e a atuação docente;
  • práticas discursivas, discursos de poder e imaginário nas relações entre a imprensa e a sociedade;
  • pesquisas sobre mídias, em exames sobre o modo como imagens, discursos e sons se articulam em diferentes práticas e representações;
  • socialização e vivências culturais presentes em festas e rituais religiosos, suas simbolizações e sua representatividade para as identidades dos grupos locais;