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Fábula sobre uma sociedade sem emoções e afetos, “O Lagosta” trabalha a estranheza com direção segura apoiada num elenco de talentos

Na quinta-feira (05/10), o Cinema Comentado Cineclube exibe “O Lagosta” (2015), produção dirigida pelo grego Yorgos Lanthimos, cujo roteiro foi indicado ao Oscar, em 2017. Lanthimos se tornou conhecido pelo inquietante “Dente Canino“ (2009) e realizou sucessos como “O Sacrifício do Cervo Sagrado” (2017) e “A Favorita” (2018); em 2023, o recente “Pobres Criaturas” venceu o Leão de Ouro, em Veneza, e já é considerado um dos melhores filmes do ano.

As sessões presenciais são um parceria do Cineclube com a Unimontes por meio do Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Literários (PPGL) e do Centro de Comunicação e Referência Audiovisual (CCRAV), ambos associados ao Departamento de Comunicação e Letras. A exibição acontece às 19h, no Auditório do CCH, no 2º andar do prédio 2, seguida de debate com o público sobre os temas presentes na produção.

Em um futuro próximo, uma lei proíbe que as pessoas fiquem solteiras. Qualquer homem ou mulher que não estiver em um relacionamento é preso e enviado ao Hotel, onde terá 45 dias para encontrar um(a) parceiro(a). Caso não encontrem alguém, eles são transformados em um animal de sua preferência e soltos no meio da Floresta. Neste contexto, um homem se apaixona – algo proibido, de acordo com o sistema.

Para o crítico Adriano Nogueira, do jornal online O Povo, “o filme segue a cartilha da estética do absurdo em que as coisas mais bizarras são ditas e vividas na maior naturalidade. É uma distopia em que o ponto mais tenso dessa visão futurista é o fato das pessoas estarem totalmente robotizadas. (…) É um verdadeiro terror se viver em uma sociedade como aquela, em que os humanos perderam a melhor parte daquilo que nos faz homens: a emoção e os sentimentos, quase completamente!”.

Trabalhando o absurdo e o nonsense, Lanthimos registra uma crítica precisa as questões sociais e emocionais da atualidade sem perder a ironia que marca sua narrativa envolvente, direta e, mesmo, estranhamente familiar. O cineasta nos convida para uma jornada fílmica reveladora sobre a sociedade e nós mesmos.

As sessões do Cinema Comentado Cineclube são gratuitas e se fundamentam na ideia de proporcionar uma experiência cinematográfica estética e reflexiva ao público. As conversas após a exibição permitem compartilhar opiniões e transmitir o conhecimento de forma abrangente e diversificada aos participantes.

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