Documentário de Porto Alegre vence Festival de Cinema em Montes Claros

O festival foi em comemoração aos 21 anos do Cineclube Cinema Comentado, criado pelo sociólogo Fernando Rodrigues no início dos anos 2000

Terminou neste domingo, dia 20 de outubro, o Festival de Cinema de Montes Claros que, durante três dias, reuniu na cidade gestores de cultura, cineastas, produtores e realizadores de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, além de um público interessado nas produções cinematográficas brasileiras. O festival foi em comemoração aos 21 anos do Cineclube Cinema Comentado, criado pelo sociólogo Fernando Rodrigues no início dos anos 2000.

Na Mostra Competitiva de Curtas, que tinham que ter até 20minutos, o vencedor do Júri Técnico foi “Está tudo bem” (2024 -11minutos- Porto Alegre), do diretor Rodrigo Herzog Jesus, e o Júri Popular deu a vitória para a animação “PiOinc” (2024 – 17minutos – Brasília – DF), direção de Alex Ribondi e Ricardo Makoto.

A Menção Honrosa do Júri Técnico foi para o curta “Opará – O Velho Chico: água, margens e gente” (2024 – 10minutos e 42segundos – Montes Claros), direção de Bruna Monique Machado Simões. A outra Menção Honrosa, do Júri Popular, foi para “Cerâmica Xakriabá: retomada e resistência” (2024 – 11minutos – Montes Claros), direção de Heiberle Horácio.

Homenagem a Paulo Henrique

No sábado, dia 19, a direção do festival homenageou o ator montes-clarense Paulo Henrique Souto (1947-2022), considerado o Rei das Pontas, por ter atuado em dezenas de filmes, trabalhando com importantes diretores do cinema nacional. O roteirista, diretor e produtor carioca, Cavi Borges, entregou a Ludmilla Souto, psiquiatra e psicanalista, sobrinha de Paulo Henrique, o Prêmio Produto Cinematográfico, uma lata de filme de película, símbolo da importância do cinema, e que já foi entregue a outros diretores, como Cacá Diegues e Ruy Guerra.

Para Cavi Borges, Paulo Henrique faz parte da memória do cinema brasileiro, e foi através de Paulo Henrique que ele conheceu o pessoal de Montes Claros. “Estar na cidade neste momento foi muito importante, porque o prêmio de Paulo Henrique estava guardado. E a cidade é o lugar de onde saíram cineastas e artistas importantes. Sem ele eu dificilmente viria para cá. Foi uma experiência muito rica, que pode abrir portas para futuras parcerias”, acredita Cavi Borges.

A atriz Soraia Santos, durante três dias participou da Oficina de Interpretação e Preparação de Elenco, dirigida pelo cineasta, produtor, diretor e preparador de elenco, Luciano Risso. Para ela foi importante, “porque o Luciano trabalhou com a bioenergia, que é fundamental para o trabalho do ator. Criamos cenas individuais e em duplas, e foi uma experiência muito rica para todos que participaram”. As cenas a que Soraia Santos se refere foram exibidas no final da tarde de domingo, antes da sessão de cinema no Museu Regional.

Para a produtora executiva do festival, Fabíola Versiani, realizar o Festival de Cinema de Montes Claros foi importante não só para a cidade, mas para toda região do Norte de Minas Gerais. “Um projeto como este movimenta a cena artística, cultural e econômica da região. Coloca a cidade no circuito cinematográfico do país, e possibilita a difusão do cinema brasileiro, além de promover a formação e troca de conhecimentos, através das oficinas e encontros com profissionais reconhecidos em todo o país”, avalia Fabíola.

De acordo com Vanessa Araújo, especialista em cinema e linguagem audiovisual, o setor audiovisual movimenta bilhões de reais por ano no Brasil, e muitas pessoas não sabem disso. “Os eventos são importantes não somente para apresentar as produções para o público, mas também para mostrar que o cinema é um setor importante da economia do país, que pode e deve ser valorizado pelos gestores públicos e pela sociedade”, diz Vanessa.

Para o presidente do Cineclube Cinema Comentado, o jornalista Elpídio Rocha, a realização do Festival de Cinema – 21 Anos do Cinema Comentado Cineclube, representou a retomada dos festivais presenciais de audiovisual em Montes Claros, confirmando o compromisso do cineclube com a difusão dos filmes brasileiros e a capacitação/aprimoramento do público para a atuação profissional em cinema. “Foi um momento que consolidou o trabalho de 21 anos e prepara o caminho para as atividades futuras do Cinema Comentado”, diz Elpídio.

O Festival de Cinema de Montes Claros aconteceu de 18 a 20 de outubro no Corredor Cultural, no centro da cidade, com produção da Fulô Comunicação e Cultura, e apoio do Museu Regional do Norte de Minas, Curso de Cinema e Audiovisual-Vestibular 2025, Programa de Pos-Graduação em Letras e Estudos Literários (PPGL), Departamento de Extensão da Unimontes, PREX, Capes, e recursos da LPG. Toda a programação foi gratuita.

Matéria Original: https://revistatempo.com.br/2024/10/23/documentario-de-porto-alegre-vence-festival-de-cinema-em-montes-claros/

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